quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Mar Recuou


Teóricos do marketing moderno e institutos respeitáveis como o Gartner já apontaram: o mundo dos negócios nunca mais será o mesmo, varrido por um TSUNAMI DIGITAL que não deixará pedra sobre pedra na praia da comunicação. Afirmam com segurança profética: quem viver, verá.

Não discordo, mas reflito. Será o TSUNAMI DIGITAL o verdadeiro algoz das organizações nos próximos anos? Prefiro encarar esta revolução digital como recuo de mar que antecede a grande onda e que, com seu aviso, salva as populações mais antenadas que correm para lugares altos antes do desastre.

Vejamos o que é certo e provado:

É certo que estamos sofrendo uma overdose de informação.

É certo que eu e muitos com quem convivojá quase não assistimos mais jornais de TV, quase não assistimos TV e que a WEB nos provê com informação atualizada sobre os fatos recentes, atualizada de minutos, não de horas ou dias.

É certo que compramos cada vez mais pela web.

É certo que experiências do mundo físico são cada vez mais parte do negócio do entretenimento, seja ir a um supermercado, ao shopping ou à escola, isso mesmo, aquela escola onde os alunos irão muito mais para brincar, aprender convívio e inspirar-se com bons mentores que para obter o conhecimento que lhes chega, fluido, pela rede.

Mas também é certo que as pessoas desejam qualidade: de vida, de serviços, de produtos. O que faz o TSUNAMI DIGITAL é iluminar a MARCA das empresas, não a marca gráfica, mas a marca do relacionamento, aquela que nos impregna e permanece em nossas mentes.

Em nosso tempo é permitido conhece-las a priori: hotéis de boa qualidade ou hotéis que queremos esquecer; produtos superioresou produtos que devolvemos e criticamos, tudo comprado de forma simples e garantida, sem que tenhamos que fazer tentativas e erros, sempre tão caras.

Sabemos da experiência com uma marca quando perguntamos sobre ela a quem nem conhecemos, aos que, antes de nós, usaram, compraram, comentaram, se encantaram ou se decepcionaram.

Nestes tempos, conhecer o que vai na cabeça de nosso cliente e o que ele pensa de nós deixou de ser missão do IBOPE. Não são mais semanas de pesquisa estatística de opinião. Saber que sentimentos uma marca provoca em seu público ficou instantâneo como leite em pó!

É aí que prosperam as dezenas de ferramentas do novo marketing digital. São muitos caminhos, muitas estratégias, ideias e formas novas de falar com o público numa relação um para um, não mais um para “n”.
Ferramentas são importantes, mas nenhuma empresa se esqueça de que precisa encantar o cliente, surpreendê-lo, cumprir suas expectativas e ir além e, se errar, desculpar-se e compensa-lo.

Sempre foi assim, mas agora temos voz e lugar para falar das marcas. Não é por acaso que mais acordos sobre disputas comerciais estejam sendo feitos em sites como o RECLAME AQUI que nos tribunais e por quê? Porque podemos produzir e consumir informação precisa sobre o que compramos em tempo recorde. Podemos constatar, estando dentro de uma loja física, que o preço de qualquer coisa não está bom e decidir não levar. Isso assusta as empresas da economia presencial. Elas argumentam que nada substitui o contato humano e também concordo, mas temem a nova realidade em que seus erros de entrega vão ser visceralmente debatidos em questão de minutos.

Se há um tsunami digital, você pode correr para a montanha. Parece seguro. Mas há sempre a possibilidade de valer-se dos avisos e entender o caminho a percorrer para sobreviver a ele.

Seja rápido. O mar já recuou.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Confesso que sou Jardineiro

Com jardins
Aprendi a recomeçar.

Confesso que sou jardineiro e, confessando, é possível que o leitor pergunte a razão de meu ato contrito. Não é comum que seres do mundo dos negócios se confessem como tal.

Falo então de gestão, não de jardins. Foi já maduro que comecei a jardinar, quase por acidente, um tanto de pena de um monte de plantas que, deixadas em terra seca à própria sorte, morriam. Resolvi cuidar.

Meu compadecimento alcançou primeiro os vasos em seu estado precário e, pouco depois, encantaram-me flores e pequenas árvores que, acredite, pensei que sorriam para mim cada vez que as aguava.

Começaram a me ensinar e fui aprendendo, feito agora um aluno fiel. Passei a sofrer de um mal que acomete irremediavelmente todo cuidador de plantas: passei a falar com elas e, falando, eis-me aqui, teimando em contar o que me ensinaram de gestão.

Já devo ter dito de outra vez que me ensinaram primeiro a recontar o tempo. Quando se planta, não somos mais senhores do relógio: tudo tem seu tempo na face da terra...

Vi depois que cada uma era diferente da outra. Não podia tratar a todas de forma igual e pretender resultados iguais. A umas, mais água, a outras, sombra e, cuidadas assim, como seres especiais, todas viçavam, embora viçassem diferente, umas azuis, outras amarelas, outras sem flores e de um verde deslumbrante.

Aprendi sobre ervas daninhas e plantas à toa. Das primeiras soube que não lhes bastava cuidar na superfície. Vasos inteiros foram replantados paraextirpar batatas pequenas e recônditas no seio da terra. Das segundas, passei a apreciar a beleza que surgia quanta vez, em pequenas flores inesperadas e belos ramos de sementes.

Aprendi que, quando adubamos, os resultados são lentos e que muito adubo pode matar.

Aprendi a perseverar e a ter foco, fruto da paciência que me foi exigida.

Aprendi a ouvir mais e a ouvir o silêncio.

Aprendi a admirar e agradecer cada vez que um pé de figo num vaso me brindava com 
figos enormes e doces.

Aprendi a me orgulhar da minha bela e verde equipe e a sofrer com ela quando a doença acometia algum membro, mas aprendi também que o cuidado quase sempre era capaz de regenerar as mudas. Quase sempre!

Com jardins aprendi a recomeçar...

Acho que jardinagem devia ser matéria de escola, desde a tenra idade e, mais ainda, nas faculdades, mestrados e doutorados de gestão. Um cuidador de plantas aprende mais sobre gerir pessoas em seis meses de jardinagem que em seis anos de escola e torna-se humano de verdade, com o que há de mais desafiador na humanidade.


Aos que duvidem, os desertos!

terça-feira, 16 de junho de 2015

Nunca se esquecer de quem somos


Nunca se esquecer de quem somos

Confesso que, assistindo pessoalmente, lendo ou vendo gravações de palestras de GUY KAWASAKI, me impressiona seu conceito de “ENCHANTMENT”. Não explico, mas indico: clique em http://www.youtube.com/watch?v=yA2TAiVUy8Q , assista “10 pontos importantes do encantamento” e tenha bom proveito como estou tendo.

Mas, enquanto leio, uma frase não sai de minha cabeça: não me esquecer de quem sou, não nos esquecermos de quem somos, PLANSIS, a Empresa Essencial.

Em tudo que leio de KAWASAKI (Encantamento, a arte de Modificar Corações e Mentes, Alta Books), encontro características da Empresa Essencial. É como se eu aprendesse comigo mesmo, com a diferença que, muitas vezes, sou levado a crer em sombras, a tentar ser o que não sou e todo o cuidado é necessário. Ler, mas com olhos essenciais!

O apelo da Empresa Essencial é para todos e é de resultados. É um apelo de encantamento e é um apelo de tecnologia. É um apelo de qualidade de vida e é um apelo de autonomia responsável, como diria a amiga July.

Acreditar nisso é como fazer de novo uma viagem já feita, trilhar de novo um caminho já trilhado para descobrir as mesmas coisas com um olhar diferente. Cada princípio da Empresa Essencial é revisitado e as pessoas são convidadas novamente a ler e sentir.

Ler e sentir é fundamental, porque, Kawasaki nos ensina, é preciso que as pessoas que trilham comigo este caminho tenham paixão pelo caminho, ainda que não para permanecer nele uma vida inteira.

Passados alguns anos já da formulação daqueles princípios, é como se uma voz me chamasse a retornar às origens e, neste retorno, trazer comigo todos os que acreditam na Empresa Essencial, uma empresa com resultados mas pulsante de gente, tecnológica ao mesmo tempo que simples, com qualidade de vida e grande senso do que precisa ser feito.

É apostar e ver!