terça-feira, 26 de abril de 2016

Somos Todos Trocadores

A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

A Prefeitura de Belo Horizonte e a Câmara dos Vereadores da mesma infeliz-cidade estão a ponto de aprovar o fim dos trocadores. Falham de forma grotesca nas leis da Robótica de Asimov que adaptei para gente (leia em http://goo.gl/KIBy4Q).

Não é que eu veja sentido em trocadores. Num país sério, estariam preocupados em criar condições reais para que um motorista não tivesse que dirigir fazendo troco. Nunca andaram de lotação, assim se dizia na minha infância. Houvessem andado, saberiam que os motoristas estão se especializando em dirigir em avenidas movimentadas ao mesmo tempo em que vasculham bolsos e caixas em busca de moedas. Um perigo!

Trocadores não são necessários. A gente podia usar cartões magnéticos ou até o celular, a tecnologia está aí para isso. O problema é que, cada vez que a tecnologia substitui funções que pouco ou nada acrescentam na prestação do serviço, substitui gente. É aí que temos que pensar como sociedade. Demitir milhares de pessoas do dia para a noite, em plena crise econômica, sem lhes dar qualquer chance de se reocuparem nem tempo de novo treinamento é cruel.

Muitos dirão que é o sinal dos tempos.

Também acho.

Eu já disse, falando do UBER que tanto aprecio: somos todos taxistas!

Agora estou dizendo: somos todos trocadores!

Em breve seremos todos advogados, médicos, professores, engenheiros, arquitetos.

É só continuar a pensar a tecnologia sem pensar a sociedade e vamos direto para a vala dos comuns.


domingo, 24 de abril de 2016

O Medo Essencial de Nosso Tempo

 A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Confronto Isaac Asimov com Bauman.

O primeiro criou as três leis da robótica para proteger a humanidade. O segundo fala do medo líquido em seu livro do mesmo nome.

Somadas, as duas falas nos conduzem a uma espécie de medo essencial de nosso tempo, talvez pior que o medo de morrer, o medo de perder o sentido. Nick Bostrom refletiu sobre isso no Ted (https://goo.gl/VlVJUw).

Se perdermos para máquinas que pensem melhor e mais rápido que nós mesmos, que sentido fará morrer? Pior: que sentido fará viver?

Para mim, só há duas razões pelas quais vale a pena que a ciência avance: explicar o que somos e melhorar nossa condição de vida. Um paradoxo, quando pensamos em inteligências cibernéticas que nos superem, mas que, respeitado Asimov, nos preservem.

Podemos parar por aqui ou seguir em frente. Estamos a um passo de enfrentarmos o medo essencial de nosso tempo: sermos superados por nossas criações. Isso não nos fará superar Deus, quanta pretensão, mas nos fará encontrar nossa humanidade.

Asimov nos deixou a pista e eu reescrevo suas leis da robótica para seres humanos:

1ª Lei: Um ser humano não pode ferir outro ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um ser humano deve obedecer os princípios da humanidade, exceto nos casos em que esta obediência entre em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um ser humano deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira ou segunda Leis.
Lei Zero: Um ser humano não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

Deve ser isso e faz todo sentido. Para valer para os robôs, tem que valer prá nós, primeiro.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Fazer Aniversário

A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Fazer aniversário nos coloca inexoravelmente mais perto de Deus. Estamos a caminho de morrer, mas, como diz Paulo Apóstolo, saio de ver nas sombras para contemplá-lo face a Face. A idade nos deixa sábios e isso é uma esperança, nunca uma certeza.

Sempre fiz aniversário em feriado, um feriado insistente, de Tiradentes à fundação de  Brasília e depois a morte do Tancredo que eu vi de perto. Estava lá. Não adianta insistir: 21 de abril, se não fosse feriado, alguém inventava um!

Dizem que receber parabéns pela internet é frio. Dizem que as pessoas dão os parabéns por obrigação. Eu não acho e, como não quero convencer ninguém, só praticar, explico que fazer aniversário em feriado era bem mais solitário antes da internet e das redes sociais.

Então agradeço a cada qual que já se lembrou ou ainda se lembrar de mim. Faço isso  de uma forma muuuiiiito carinhosa, e explico que, quando me lembro de outas pessoas em seu aniversários e desejo invariavelmente PAZ e BEM, desejo porque sou Francisco, Roberto Francisco, e esta era a saudação do Santo, desejando que Deus se torna-se o centro de nossas vidas.

Como a aniversário é meu, retribuo a todos que se lembraram de mim e também aos que se esqueceram, com outra benção que considero encantada do sentido de Deus. Está em números 6, 24-26 e diz assim:

O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor te mostre a Sua face e te conceda sua graça!
O Senhor volva o Seu rosto para ti e te dê a paz!


Obrigado, de coração!

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Brasil acelera na marcha à ré da Internet

A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Eu disse! Não é só o governo o problema do Brasil. Um bando de empresas despudoradas, provedores da internet do brasileiro, resolveu, com as bênçãos da  agência desreguladora Anatel, fazer o país acelerar na marcha à ré.  Vão bloquear a nossa internet por volume de uso!

Pra quem acha que os mais abastados vão se importar com isso é ledo engano. Vão apenas pagar a conta e falar mal de governo concessionárias. São os mais pobres que vão sentir. São eles que vão ficar de fora da rede. São eles que vão perder.

As teles e o despreparado presidente da Anatel dizem que o povo está jogando demais, vendo filme demais na bem-vinda Netflix. Eles se esquecem que um monte de gente usa a internet para estudar a distância e obter formação e melhores condições de vida. Em muitas das comunidades atendidas pelo CDI MG e pelo Arbórea Instituto, o link da internet é a diferença. Vamos perder isso e muito mais!

Querendo praticar em vez de convencer, estou pronto para a luta. A TI de Minas precisa se pronunciar e incendiar o Brasil. Os grandes empresários precisam chamar seus fornecedores de link e pressionar. A População precisa pressionar. O ministério Público precisa pressionar. Temos que parar de viver num país onde coisas erradas são feitas porque são lei ou contrato. Leis erradas precisam cair. Contratos leoninos precisam ser cancelados pelo bem comum. Estou na luta e convido meus pares para a luta.


Quando se trata do bem da população, sobretudo dos mais necessitados, desobedecer e enfrentar governos e poderosos concessionários é uma necessidade higiênica.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Revoluções dentro da Crise

A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Desde que a internet é internet, desde que ela mudou a forma como o mundo pensa seu futuro, desde então e depois de então, três revoluções importantes ocorreram.

Não falo primeiro do microcomputador, objeto grotesco da era pré-jurássica-mezozoica da rede. Falo antes da mobilidade! Mobilidade foi onipresença e foi disponibilidade. Somadas, elas mudaram o mundo mais uma vez. Para os mais antigos foi o tchau pra tela azul. Com smartphones e tablets foi que tivemos a verdadeira aceitação da tecnologia para velhos e novos. Fácil de ligar, fácil de usar, fácil de conectar, por mais que as nossas teles brasileiras se prestem ao papel ridículo de retardar nosso avanço neste campo.

A segunda revolução foi social. Sim! A TV, como a conhecemos, acabou, virou opção e, logo, nem opção será, engolida por uma rede que avança, tornando cada um de nós em jornalistas, juristas, médicos.

Sim, isso transformou as profissões. Somos um pouco de tudo e somos todos ameaçados. Somos todos taxistas! Nas empresas, a intranet não existe mais. Ninguém de bom senso que conheça uma rede social corporativa vai perder tempo escrevendo uma intranet.

A terceira revolução é cognitiva. Está acontecendo e você não está percebendo. Ela é, na camada que conseguimos ver, uma revolução de interface. Muda a forma como interagimos com aplicações, falando com a gente de forma direta e, cada vez mais, em bom português.

Por trás de tudo, máquinas que aprendem.


O Brasil está em crise? OK, concordo. Mas procure as revoluções dentro da crise. Você perceberá que quem as ignorar, sobretudo empresas, corre o sério risco de não viver para contar.

domingo, 17 de abril de 2016

A Ética é para os Fortes

A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Estamos todos prontos. Os que falam contra e a favor do governo.

Estamos prontos para apontar nossos grossos dedos uns na direção dos outros e, quem quer que ganhe, comemorar a vitória.

Podemos fazer isso. Só acredito que não há vitória para qualquer dos lados.

Não fico fora deste debate. Para mim, nenhum partido deve se perpetuar no poder. Nenhum tem o monopólio da verdade. Acho que nosso governo chegou ao fim, nau sem rumo no rumo do nada.

Vença o governo, acho que continuamos à deriva.

Vença a oposição, falta longa jornada para alcançarmos terra firme. Há muitos mais para prestarem contas à justiça. Não nos esqueçamos disso! Não podemos transigir!

Mas a verdadeira luta começa quando acordarmos nesta segunda feira, olharmos para nós mesmos e decidirmos agir da forma certa, construir um país onde o governo seja premido à ética porque imita a população. Por hora, devo reconhecer, é o contrário.

Temos o governo que merecemos, porque não estamos sendo capazes de transformar nosso país.

É tempo de refletir sobre nossa própria prática do que é certo em cada dia de nossas vidas.

É hora de nos pormos a remar. Aqueça os braços e não se iluda: a ética é para os fortes!