domingo, 24 de abril de 2016

O Medo Essencial de Nosso Tempo

 A ninguém quero convencer.
Quero praticar.
Nenhum argumento é mais forte
 que nossa prática.

Confronto Isaac Asimov com Bauman.

O primeiro criou as três leis da robótica para proteger a humanidade. O segundo fala do medo líquido em seu livro do mesmo nome.

Somadas, as duas falas nos conduzem a uma espécie de medo essencial de nosso tempo, talvez pior que o medo de morrer, o medo de perder o sentido. Nick Bostrom refletiu sobre isso no Ted (https://goo.gl/VlVJUw).

Se perdermos para máquinas que pensem melhor e mais rápido que nós mesmos, que sentido fará morrer? Pior: que sentido fará viver?

Para mim, só há duas razões pelas quais vale a pena que a ciência avance: explicar o que somos e melhorar nossa condição de vida. Um paradoxo, quando pensamos em inteligências cibernéticas que nos superem, mas que, respeitado Asimov, nos preservem.

Podemos parar por aqui ou seguir em frente. Estamos a um passo de enfrentarmos o medo essencial de nosso tempo: sermos superados por nossas criações. Isso não nos fará superar Deus, quanta pretensão, mas nos fará encontrar nossa humanidade.

Asimov nos deixou a pista e eu reescrevo suas leis da robótica para seres humanos:

1ª Lei: Um ser humano não pode ferir outro ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um ser humano deve obedecer os princípios da humanidade, exceto nos casos em que esta obediência entre em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um ser humano deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a primeira ou segunda Leis.
Lei Zero: Um ser humano não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.

Deve ser isso e faz todo sentido. Para valer para os robôs, tem que valer prá nós, primeiro.

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